INUNDADA

Ao refletir sobre essa exposição coletiva de nome “Inundada”, que sem sombra de dúvidas nos remete ao volume das águas que invade as ruas nas áreas urbanas das cidades, por questões obvias, como o descaso com o saneamento, planejamento urbano e a relação da metrópole com a natureza. Penso “Inundada”, como uma expressão conectada ao Museu que abriga esta exposição, uma antiga casa de madeira de mais de 30 anos de história na periferia de Belém, que em sua forma baixa e de frente a um dos tantos canais da cidade, em sua história deve ter recebido a visita das águas tantas vezes, e estado ali em tantos acontecimentos e transformações históricas na Periferia e no Centro. Hoje inteiramente reformada, como um espaço museal, cultural e artístico, esta, se perpetua como resistência. Com isto, penso este “inundar” para além das questões já estabelecidas que antecipei ligadas somente a água, mas um “inundar” ou uma “inundada” associada ao pensar a entrada de novas águas e preenchimento de um lugar tornando-se vivo. Nesta exposição trazemos obras de artistas que irão integrar o acervo de arte contemporânea do Museu D’Água, artistas que trazem novas formas de explorar a arte e suas linguagens. Nesta exposição, percebemos interações entre os contrastes, aproximações de passado, presentes e futuro. Reflexões sobre a história, paisagem, urbanidade e tradição. O que pode um artista fora do centro? O que pode um artista em um pensar das periferias e dos interiores do Brasil? Não são as divisões, mas as interações entre pontos que vão formando uma linha em comum, construindo e nos levando a reflexões sobre o nosso presente e o nosso devir nessa inundação de ideias e construção de um espaço em meio ao horizonte de tantas culturas, diferenças, ancestralidades e vivências de um povo.

Henrique Montagne
Curador

EQUIPE TÉCNICA

Artistas

PV Dias
Maria Macêdo
Rodrigo Seles
BRACO
ORDEP 

Curador
Henrique Montagne

Web Designer
Jean Ferreira

OBRAS

Por ordem de aparição

“Em frente ao rio Cupijó, andando na Brás de Aguiar”.
Arte Digital
2021

“Entrando no rio Cupijó, ando na chuva do inverno amazônico próximo à avenida Nazaré”
Arte Digital
2021

“Um porto em frente ao Rio Tocantins, outro porto em frente a Baía do Guajará”.
Video, 40 seg
2021

“Dança para um futuro cego”
Performance para fotografia
Maria Macêdo
2020

“Como contar sua própria História”
Vídeo, 05’07”
2020

“SACI”
Pintura
2020

“David Miguel”
Pintura / Grafitti
2020